segunda-feira, 30 de março de 2009

bicharia ou a verdadeira história do lobo mal

7 de novembro de 1996



Tinha um lobo que estava solto na cidade grande. Este lobo se chamava: Alichandre-lobo.
Um dia Alichandre-lobo foi fazer um bolo para sua avó que faria 104 anos de idade. Quando Alichandre foi ver não tinha açúcar. E ele precisava de açúcar pra fazer o bolo. Então Alichandre-lobo foi pedir açúcar aos vizinhos, no primeiro vizinho a casa era de palha e era de um porquinho. Quando Alichandre-lobo foi pedir uma xícara de açúcar, um pedaço de palha foi no focinho dele e ele deu um espirro assim:
- U-uuuueeeeeeeeeeerrrrrrrrrrrrrrrruuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
E destruiu a casa do porquinho toda e o porquinho morreu. O Alichandre-lobo não iria deixar aquela carne apodrecer ali sozinha, então comeu o porquinho. E foi do mesmo jeito com o segundo porquinho, até a parte do espirro foi igual. Só que com o terceiro porquinho foi diferente, porque ele era muito mal-educado e a casa não era de palha, era de tijolo e o lobo não espirrou e ficou sem fazer o bolo porque o terceiro porquinho também não deu o açúcar.

(História retirada do meu caderno da segunda ou terceira série do ensino fundamental, baseada na história do lobo mau e suas variações)

quinta-feira, 26 de março de 2009

divina dama

Fim de 1993 e descobrem o primeiro maior sofrimento da família. Aquela filharada ia ter de seguir vivendo sem os docinhos, as rezas, os encontros e aquele conforto que só as mães oferecem. E foi tudo assim, rápido que nem se viu. Era outubro, as festas já batendo na porta, os netos ansiosos com a chegada do papai Noel, dos presentes e daquele clima de filme de seção da tarde. E ela, especialmente, que esperava o ano todo pelo aniversário, não conseguia entender o desânimo geral com a data mais esperada! Outubro passou arrastado e tristonho. Ela perguntava pelo seu aniversário: “mas mamãe, todos os meus colegas já fizeram 6 anos, todo mundo faz aniversário, menos eu!”. E a mãe respondia: “filhinha, você não entende, a vovó está muito doente, a gente não pode fazer festa agora”. Novembro passou e ela seguia perguntando à mãe: “a gente sempre comemorou meu aniversário em novembro, mãe!”. A mãe já nem queria responder. Chegaram os inadiáveis 6 anos, no último dia de 1993, sem comemoração, sem clima e sem força. “Todo mundo do mundo faz aniversário, menos eu”.
No dia 10 de fevereiro de 1994 a menina acorda sozinha em casa. “Pra onde foi todo mundo?”. Com sua imaginação de menina, ela levanta assustada e vai procurar as escovas de dente dos moradores, achando que tinham todos fugido de casa. E não, eles não tinham fugido. O telefone finalmente toca: “onde você tá, mãããããe?”. A mãe quase sem voz diz: “Minha filha, a vovó foi pro céu”. Ela não entendeu, mas via que a mãe sempre chorava, deitada na cama, com lagriminhas discretas de mãe. O tempo passava, a menina insistiu tanto na festa que assim que teve forças a mãe decidiu fazer. A menina ficou alegre, e a festa em março deu uma levantada no astral da família. O ano foi passando, e surgiu um outro dilema na vidinha de criança da menina. Como ela ia fazer 7 anos se tinha acabado de fazer 6? O jeito foi fazer outra festa intrigando os coleginhas por fazer 2 anos em um só e arrumar mais um motivo pra família se unir e seguir sempre junta.