quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

a cidade dos artistas ou noite estrelada



Pra fechar o ano cheio de cores, porque há muito que agradecer. Gracias!

(De Van Gogh, por mim)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

passaredo



Era uma vez um ninho vazio. Sujo ainda do último morador. Estava ali bem perto um passarinho bem amarelinho. Ele avistou de longe o ninho, não viu se estava sujo (pra ele não importavam essas coisas). Ficou voando por perto, averiguando o espaço. Pousou no galho mais próximo e ficou olhando com seu olho de passarinho. Quando viu que estava vazio, voou rapidamente para não perder o lugar. Foi, aos poucos, limpando a sujeira que o último deixou. Cuidou do ninho como nenhum morador jamais havia feito. E, por fim, se instalou.
O ninho sentiu-se acolhido (estava feliz com o novo passarinho – tão amarelinho). Como estavam quentinhos e confortáveis o ninho e o passarinho! Eles até podiam dizer que se amavam. E Rubem Braga já havia dito: “Amar é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que, a qualquer momento, ele pode voar”. Mas mesmo correndo todos esses riscos que a vida impõe, o ninho e o passarinho sabem que, aconchego igual aos dois, não há nem nunca houve. E não se há de ter medo.