segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

a moça do sonho



Um sorriso daqueles assim, de desatar o mais apertado dos nós. Aquele que ri e nem entende de que. Só ri, porque é bom assim. Naquela pureza de nem ser, só estar.

And we know what is gonna last forever. Welcome home, sweetie.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

a voz do dono e o dono da voz

O coração dela estava aprontando um desassossego danado. E ela dizia pra ele: acalma coração, que não adianta ficar assim. De tudo ela já tinha tentado fazer, leu, escreveu, desenhou, saiu, voltou, comeu. Sossega, trem, o que é que você quer afinal?

E o coração dela respondeu, apertadinho que só ele:
Queria uma luz calma, uma música calma, uma vida calma. Queria ter algo para oferecer. Ter mais segurança e mais perspectiva. Queria seguir em frente, com toda a energia do mundo. E aí sim.

Aí eu quero cachorro-quente com bastante molho, quero o caminho cidade-praia com as boas e velhas amigas, quero o aconchego do colo da mãe, e até as palavras (tantas vezes) secas da irmã. Quero aquela risada gostosa de jogar o cabelo pra trás, quero desenho no fim dos cadernos, quero aquele sono leve com aquele sonho gostoso, quero aquele livro que a gente lê até almoçando, quero aquelas danças loucas com a amiga mais animada. Quero miojo e brigadeiro com a amiga que tem até que fazer vaca amarela pra conseguir dormir. Quero cantar alto aquela música do Los Hermanos só pra ouvir ela gritando a letra certa naquela casa vazia e fazendo todos os pernilongos voarem. Quero a voltinha que ele faz com a pernas ao som do Elvis, quero as músicas improvisadas no violão. Quero as conversas-borracha (nos dois sentidos) com a melhor amiga virtual, quero pegar o cachorro bafento e apertar até que ele faça aqueles tão conhecidos grunhidos e fuja de mim correndo. Quero beijos calmos e abraços apertados, quero vinho na beira da fonte mal iluminada, quero jantares apimentados de comida estranha. Quero fotos coloridas ao som da bossa nova. Quero Almodóvar, Frida Kahlo e Van Gogh, quero Chico, Elis, Edu e Tom.

Talvez num tempo da delicadeza.